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Quatro balões de fala. O maior ao centro com fundo azul escuro e texto em branco com convite para entrar na página. Os outros três, menores, ao redor desse, com contorno azul escuro fundo branco.

Olá,

Convidamos você a chegar e entrar. Para percorrer essa página você pode olhar do seu ponto de vista para a inclusão no ensino superior das pessoas com deficiência ou, como sugerimos, pode se abrir para o encontro com outros modos de olhar e sentir.

Seja bem-vindo!

Nos áudios você encontrará a versão em voz dos textos.

PLURAIS

Um ambiente para aproximar pessoas e histórias de vida, de modo que possamos conhecer, acolher às diferenças, identificar semelhanças. Buscamos na soma das vozes construir um caminho que favoreça o processo de inclusão no ensino superior das pessoas com deficiência na PUC-Rio.

Foi durante encontros realizados no período de um semestre entre um grupo de estudantes, formado por pessoas com deficiência, Barbara Maia, Bernardo Manfredi, Julia Gonçalves e Maria Carvalhosa e a profa. Renata Mattos, do Departamento de Artes & Design, pesquisadora do LINC-Design e coordenadora do NAIPD/PUC-Rio, que nasceu a ideia de um espaço para compartilhar vivências, interativo e cooperativo.

A interação entre os estudantes no grupo gerou acolhimento, troca de experiências e reflexão. Fortaleceu a certeza de que somos únicos e o sentimento de que não estamos sozinhos. Cada voz reverberou no grupo. O registro das falas possibilitou compor uma escrita em conjunto.

Outros estudantes e professores foram escutados. Reconhecemos as vozes. Compartilhamos as falas.

Propomos aqui um espaço de encontro, diálogo e participação.

“Pessoas tratam como se as pessoas com deficiência não têm capacidade de realizar atividades. Algumas pessoas com deficiência demoram mais a realizar as atividades, e por isso precisam de mais tempo (mas não muito superior aos outros). Mas é importante que o estudante com deficiência desenvolva a atividade, pois estamos na universidade para aprender”.

Desenho de tela de computador durante a reunião do grupo em plataforma digital. Fundo azul com cinco janelas retangulares, em cada uma o desenho do rosto de um participante do grupo.
Representação de encontro do grupo com estudantes via plataforma digital.

“Nós aqui conquistamos nossa autonomia e da mesma forma devemos entender que o desafio de inclusão deve ser constante. É necessário que o debate e as propostas sejam coerentes e coesas para que mais pessoas com deficiência possam ter sua autonomia e chegar no ensino superior. Quanto maior a inclusão na educação, melhor caminharemos para um país que respeita verdadeiramente as pessoas com deficiência”.

Desenho de 18 rostos de pessoas, arrumados em duas linhas diferentes, com traço na cor laranja e fundo em um tom mais claro de laranja.

INCLUSÃO PELO OLHAR E VOZ DE ESTUDANTES

Desenho de professor e estudante sentados lado a lado. Um deles com papéis na mão, para onde os dois estão olhando.

INCLUSÃO PELO Olhar E VOZ DE PROFESSORES

“Inclusão é a maneira como eu penso a educação para todos. […] É como ela está na constituição. É como ela está em todos os aspectos. […] Se está escrito no texto constitucional que é para todos, não é para alguns, não é para uma parcela, não é para um pedaço. Qualquer pessoa que tenha, que queira acessar a educação, ela tem por direito, né, de ter espaço, de ter acesso a isso. Então, eu vejo na educação especial essa direção, quer dizer, eles têm que ter acesso porque é direito de todos. A educação é um direito de todos. […] Como é interessante você ter um aluno especial na turma. Especial não é. Um aluno com deficiência na turma. Porque ele faz com que os outros pensem essa deficiência. Isso eu observo muito aqui. A aluna mesma chamava a atenção para algumas coisas. Esse aluno, ele dá um movimento para essa turma. […] Ele potencializa porque ele faz com que todo mundo, de certa forma, pense essa deficiência. Coisa que, se ela não estivesse ali, dificilmente você ia pensar num aluno cego. […] Para o professor é um aprendizado constante e a gente se pega cometendo deslizes o tempo inteiro.” Professor do Centro de Teologia e Ciências Humanas.

“Eu entendo que inclusão é os alunos terem respeitadas todas suas necessidades e os seus direitos de serem tratados como sujeitos. Eu acho que inclusão no ensino superior é isso. Quer dizer, é o aluno ter o direito de ser tratado como sujeito de direitos, ter acesso a todos os recursos que os outros tem e que a universidade disponibiliza para ele. Se ele vai usar ou não, depende dele, mas os recursos estão disponíveis e ele pode acessar. Então, para mim isso é inclusão.” Professor do Centro de Ciências Sociais.

“Ah, em termos de expectativas, da minha parte eram piores que a realidade no sentido que eu achei que eu ia ter que fazer modificações maiores para atender aos alunos. E, no fim das contas, foi um negócio relativamente simples. […] A única coisa que eu mudei, porque um dos meus alunos tinha deficiência visual, eu tentei, porque eu uso slides durante a aula, falar o máximo possível e não apontar – olha, o problema é esse daqui – e o pessoal ler. Não. O problema é esse, isso, isso e isso. Então, eu tentava sempre, falar basicamente todo o conteúdo para não me apoiar 100% nos slides. Mas, em termos de aula essa foi basicamente a maior modificação.” Professor do Centro Técnico Científico.

“Incluir a todos é um exercício. É uma coisa muito difícil. A própria aluna que é excluída, ela teve dificuldade de fazer um trabalho inclusivo, de propor a inclusão no trabalho. […] Nem passou pela cabeça dela. Então, a inclusão é um exercício, né. Porque incluir a todos, pensar em toda a diversidade, eu acho até que é uma utopia. Porque você vai tentar incluir a diversidade que você tem ali disponível. Então, se eu sei que na minha turma tem uma pessoa com autismo, um cego, um surdo ou com alguma deficiência auditiva, eu vou tentar incluir aquelas pessoas que tem ali, mas eu não posso trabalhar com toda a diversidade existente. É impossível, assim. É uma primeira premissa. Por isso que eu acho utópico, mas claro que a gente vai fazer o melhor para isso”. Professor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde.

“Na verdade, não são essas pessoas que estão out. Todo o processo de escolarização coloca cada um out. Dai, isso fica mais visível nessas condições. Mas as pessoas todas estão buscando proximidade. É como se fosse colocar diante de nós o que a gente não quer ver: a necessidade da proximidade.” Professor de Cultura Religiosa.

“Mas, acho que inclusão é isso. É você rever seus próprios conceitos. Pensar nisso se você quer avançar.” Professor do Centro de Ciências Sociais.

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